sábado, 3 de abril de 2010

Sobre criancinhas e a vontade de matá-las

Eu simplesmente esqueço das coisas que prometo para eu mesma, é sério.
Havia prometido que "não deixaria de escrever no blog por muito tempo independente da falta de criatividade blablabla" mas enfim, tive uma epifania esses dias e cá estou, sábado a noite, em ERECHIM, no computador. (e olha que nem estou jogando, hein!)
Vim para cá, arrastada, com a promessa de que uma festa infantil não poderia ser tão ruim e com a certeza de que voltaria rolando para Porto.
Como todos sabem promessas otimistas baseadas nas possibilidades de festas infantis serem boas são realmente dificeis de serem verdade.
Acordei as 8h30 da manhã de um sábado de feriadão, para ir pro meio do mato encher balões cor-de-rosa, arrumar pratinhos cor-de-rosa, recortar desenhos cor-de-rosa e preparar uma mesa cor-de-rosa... Resumindo, foi uma overdose de rosa.
E meus amados pais, obrigada, me deixaram sozinha esperando os convidados que só para lembrar NÃO foram convidados por mim. Convidados babantes, gritantes e irritantes. Criancinhas.
Eu detesto criancinhas. Mesmo. Elas são um misto de tudo que mais me irrita. O pior de tudo é que não têm sensibilidade suficiente para perceberem o quanto não são queridas num ambiente.
Peguei meu livrinho do momento e me excluí embaixo de uma árvore, rosnando para qualquer ser vivo que se aproximasse de mim.
A parte engraçada (talvez nem tanto) da coisa é que o livro que estou lendo fala exatamente sobre a trajetória dificil que uma mãe tem em criar seu filho, um menininho que futuramente acabaria levando um rifle para o colégio e mataria, sem piedade nenhuma, 11 pessoas.
O nome do livro é "Precisamos Falar Sobre o Kevin". É baseado numa história real, com a mãe de um assassino juvenil contando toda a história de vida de seu filho problemático.
O tipo de leitura é meio denso e exige bastante concentração, mas é Ó-TI-MO para ser lido em festas infantis!
Meu estresse e minha já quase inexistente vontade de ter filhos diminuiu a medida que fui lendo. Recomendo.
Mas até que valeu a pena vir para cá. Minha vovózinha cozinha divinamente e me entupi de pudim de leite.
Amanhã voltaremos para Porto e a rotina *suspiro* voltará também. Entretanto, não precisarei mais ouvir esse sotaque carregado de 'E's. Ufa.
Ah, me inspirei como não inspirava a tempos, esses dias...
É só. Boa páscoa para todos!

Um comentário:

  1. Tentarei não me entregar a divagações absurdas e constatações óbvias que acho que outros mortais ignoram, ja tendo dado mostras de minha inutilidade como amiga alguns instantes atrás.
    Sendo esse um texto que não envolve mortes trágicas - se não levarmos em consideração o massacre do kevin e a evidente simpatia por esse tipo de morte, quando envolvem infantes pouco agradáveis -, talvez não exija uma atividade cerebral elevada, que me levaria a um de meus surtos barrocos.
    Acho que a senhorita é uma exímia escritora, dona Julia - e essa declaração não apresenta nexo nenhum com o que disse até agora -, que, mesmo quando escreve um texto lírico, usa de uma certa praticidade e objetividade, que fazem de seus textos coisas muito agradáveis de se ler.
    Quanto ao livro, devo dizer que ele vem me assombrando com sua figura de capa ja a algum tempo, devido ao seu lastimável costume de le-lo durante a aula e à degustação lenta que está fazendo dele, que parece bastante adequada.
    Devo agora lamentar minha falha na tentativa de ser prática e objetiva. Vou trabalhar em arame para encontrar a paz a que não chego escrevendo.
    Para não denegrir minha imagem, me mantenho anônima.

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