sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Estresse de fim de ano, ufa!

Passei no teste específico! Isso mesmo! Consegui e estou feliz até agora!

Mais uma vez, pela 17a vez no meu caso, o ano está terminando. E é bem nessa época que todas as pessoas começam a ficar estressadas, subir pelas paredes e atirar vasos de flor nos vizinhos. É sempre o mesmo rebuliço. Entretanto, é bem nessa época que a cidade começa a ficar com cheiro de natal, e isso é bom demais!
Apesar dos pesares, também ando um tanto quanto estressada. Sabe quando a sua presença irrita a si mesmo? É por aí que a coisa anda.
Ainda bem que tenho meus livrinhos pra ler e meus amiguinhos cuti cuti pra abraçar *-*


BÚ!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Malditas aulas

AAAARGH Ò.Ó
Não aguento mais a escola. As provas, os sermões sobre o futuro, os horários a cumprir, os trabalhos, acordar cedo (principalmente essa parte)... Tô de saco cheio. Mesmo. Cansei.
Acho que nunca fui uma aluna produtiva. Admiro as pessoas que têm força de vontade suficiente para estudar. Não entendo isso, não sei como se estuda. E olha que já tentei algumas vezes, hein.
Sei lá. Me distraio, começo a desenhar nas folhas, viajar, fico babando... Não consigo focar minha atenção. Chega a ser frustrante.
E aquelas matérias que não fazem sentido nenhum? Me refiro à química. Maldita química. Odeio odeio odeio odeio! É tudo redundante e decoreba. Tá, é legal ficar desenhando as fórmulas bonitinhas mas... Reações Orgânicas?!?! PRA QUÊ????
E aqueles professores que implicam com a falta de atenção dos alunos? Se eu não tô atrapalhando, me deixa. Nem ler pode. LER. Como é possível atrapalhar o rendimento de uma turma lendo? HEIN?!
Acho que aula devia ser uma coisa mais prática. Dar a matéria e os trabalhos, deixar os alunos se virarem, avaliá-los. Se foram bem, ótimo. Se não foram... Só lamento.
Acho ridículo aprovar gente pelo esforço. Se não sabe, não passa. Simples.
Não concordo com os métodos de avaliação do meu colégio.
Tá, eu sei que posso não estar bem em tooodas as matérias (tipo química e biologia ¬¬) mas... Dizer que tenho que "reestabelecer minhas prioridades? Elas dizem respeito a mim, não? Aí vem uma orientadora e diz que eu as escolhi errado. COMASSIM??? Como uma prioridade pode estar errada??? Não concordo mesmo.
Bom, o fato é que hoje tenho uma prova de física e outra de química, daqui a algumas horas, na real, e eu tenho certeza que fazer a de química vai me render uma linda nota baixa. O que me indigna é que tenho que saber química pra passar de ano. Fazer o quê.
Enfim, isso foi mais um desabafo do que qualquer outra coisa. Devia estar estudando agora. humm...

Ah, segunda foi minha prova específica. Perguntam se fui bem ou não, mas não sei responder. Não faço a menor idéia. Acho que devia ter me preparado mais e, principalmente, acho que eles deviam ser um pouco mais específicos quanto ao que cada candidato tem que fazer na orientação para a prova. Apesar de tudo, esse foi um dia muito feliz. Eu mesma ando muito feliz.
Espero que os resultados de tudo isso saiam logo.
É só. Até breve.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

'Os Revolucionários Perdidos'


Oioi,
Mais uma vez, tive uma redaçãozinha para fazer na aula de português. A proposta dessa vez era escrever sobre uma mudança que está acontecendo no mundo, e que muitos não percebem.
Decidi colocá-la aqui, acho que ficou interessante.


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A Falta De Revolução Nos Dias De Hoje...

"OS REVOLUCIONÁRIOS PERDIDOS,

O mundo sempre segue adiante.
O tempo é um carrossel que jamais pára, dirigido por ninguém, com passageiros que jamais descem.
A mudança faz parte da natureza. As coisas estão em constante adaptação para conseguir viver no novo mundo em que o mundo se tornou. Alguns dizem que o nome disso é 'Evolução'. No curso de tempo em que nós vivemos, as coisas evoluem- ou deveriam, pelo menos.
Essa evolução não se refere a mudanças físicas, embora elas também ocorram, mas, sim, à mudança de pensamento. Os pensamentos também evoluem. As pessoas nascem, e a medida que vão crescendo têm as idéias e as concepções sobre as coisas modificadas, por elas mesmas, pela influência de outros, pelas circunstâncias as quais passam, etc. E são essas idéias que ficarão de herança para o novo mundo que está por vir (isso, é claro, supondo que o apocalipse não aconteça tão cedo e elimine todos nós), e é desse jeito que os nossos pensamentos vão evoluindo, novas formas de ver a vida e o mundo vão surgindo com as novas gerações e, baseando-se nas novas perspectivas a sociedade vai se transformando.
No tempo em que vivemos, ganhamos de herança no mínimo dois milênios de novas idéias. Entretanto, os nossos pensamentos parecem ter estancado no tempo.
Uma das características da mudança de idéias são as revoluções. Os jovens, a geração do novo mundo, crescem com sua carga de pensamentos recebida dos pais, o que dá espaço e oportunidade para surgirem novos pensamentos. É como se os antigos fossem reciclados pela geração atual. Para essa reciclagem acontecer são necessárias, muitas vezes, revoluções.
Uma revolução é o conflito direto, em protesto, de idéias ultrapassadas com as idéias novas. É o manifesto do inconformismo da sociedade, o pedido pela mudança, uma mudança para melhor. A abolição da escravatura, os protestos contra a ditadura e a queda de Bastilha, são exemplos perfeitos do mundo pedindo para mudar, para seguir.
O nosso mundo também deverá seguir adiante, porém... Onde estão as grandes revoluções do nosso tempo? Como poderemos mudar se estão todos conformados com a vida que levamos? Falta inconformismo, falta revolta.
Antigamente os jovens protestavam vestindo-se diferentes, defendiam o individualismo, o novo e o diferente. Lutavam contra o preconceito, contra o que lhes era imposto. Eram revolucionários.
Hoje, estão acomodados. Satisfeitos com o que fizeram por eles, em outro tempo, em outro mundo. Dessa forma o mundo não seguirá adiante, a evolução parará por aqui.
Teríamos nós, talvez, chegado ao limite do que poderíamos ser e ter?
Talvez devêssemos fazer uma revolução mental... Mas quem irá começá-la, se estamos presos nesse mundo que não segue?"

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Fui fiel ao rascunho que tenho em mãos (por mais ilegível que seja).
Adoro esses textos polêmicos e revoltados. É uma pena que tenha pouco tempo para escrevê-los.
Bom, é isso. Espero gostem.
Ah, me inspirei em algumas coisas que ando lendo ultimamente para escrever esse aí. Hoho.
Até.

domingo, 26 de setembro de 2010

Os Acasos

Existe algo que ultrapassa todas as barreiras possíveis.
Algo que não exige uma explicação científica ou uma previsão.
É mais forte que o tempo. Que a natureza. Que os planejamentos que fazemos.
Não segue uma linha de raciocínio, tão pouco explica algo.
Simplesmente é.
O Acaso.
O Acaso é a surpresa, o inesperado.
Um fragmento de algo lançado em qualquer lugar, sem motivo algum, com propósito nenhum. Percebem o quão mágico isso é?
Todos os acasos são belos.
Portanto,
não fuja dos acasos que poderiam acontecer na sua vida.
Inespere.
Inespere e Inspire.




(enquanto isso, vou continuar inesperando por aí)

domingo, 19 de setembro de 2010

Problema vestibular


O atual 'maior problema da minha vida'.

Óbvio que eu sabia que esse momento um dia chegaria, e acho que no fundo eu também sabia que deixaria tudo pra última hora, como sempre. Mas, apesar de a falta de estudo e a dificuldade em rever todo o conteúdo escolar serem uns dos principais motivos para a maioria dos vestibulandos quererem se enforcar num pé de cebola e explodir todo o continente onde vivem, devo admitir que não é o meu caso.
No Brasil, praticamente todos que pretendem fazer faculdade passam por isso. O nervosismo, a contagem alucinada dos dias que faltam para O Dia Da Prova, os pensamentos suicidas... É tudo comum e natural. O grande problema não é a angústia pela qual os vestibulandos passam, e sim os motivos pelos quais isso acontece.
Inúmeras pessoas compartilham da idéia de que o colégio é uma preparação para o maldito vestibular, e essa, caros leitores quase inexistentes, é uma idéia muito estúpida. Muito estúpida e limitada. O colégio deveria ser visto como uma preparação para a vida, uma base para que os alunos tenham uma instrução inicial para o que futuramente decidam fazer, um lugar onde fosse possível conhecer diferentes áreas de ensino e que, principalmente, pudesse auxiliar no desenvolvimento de idéias, não distribuindo-as, mas ajudando na criação das suas próprias. Sim, o mundo seria uma maravilha se assim fosse, MAS moramos no Brasil, ou seja: os pais colocam seus filhos na escola porque é obrigatório, beneficiente ou porque são fiéis ao 'plano de vida correto' (escola-> faculdade-> emprego que dê dinheiro-> enriquecimento), o que ao meu ver é tão ruim quanto as outras opções. Aqueles pais que partilham da propagação do 'plano de vida correto' entopem seus filhos com essas baboseiras. Não é culpa deles, afinal, também foram designados a pensar assim, mas não muda o fato de que fazendo isso, auxiliam na velha propagação da generalização, dos rótulos e do caretismo ''isso é certo, aquilo é errado''. Quem pode afirmar que algo é certo ou errado, que algo é bom ou ruim? Não existe 'bom' ou 'ruim', existem diferentes pontos de vista. É tudo uma questão de rótulos impostos por vítimas de uma vida vazia e sem significado, para as quais foi dita a mesma coisa. Então eles criam seus filhos assim, e às vezes esses filhos não tem oportunidade de conhecer um diferente ponto de vista. Por quê? Porque tudo aquilo que é diferente é censurado pelos moralistas que partilham do 'plano de vida correto'.
Aí esses filhos crescem pensando "Preciso passar no vestibular, isso é o certo a se fazer. Se eu não conseguir, vou ter falhado". Poxa, isso é tão errado em tantas maneiras...
Fazer faculdade é legal? Sim, muito! Você aprofunda o conhecimento sobre uma área que te agrada, consegue um emprego que gosta e que por isso é bom e te faz bem, e mesmo que não vá seguir uma carreira nesse ramo, foi válido ter feito tal curso. Todo conhecimento é bom. Você não precisa passar de primeira logo que terminar o ensino médio, não precisa sequer fazer faculdade. Mas, se você optar por fazer, que seja porque é isso que você quer de fato, não porque seus pais ou qualquer outra pessoa está exigindo isso de você. Ninguém tem esse direito. A escolha é somente sua. E se você ficar com vontade de fazê-la só depois de muito tempo, ótimo, pode fazer. Opção de mudança de vida não tem prazo de validade, não existe uma fórmula de vida correta.
Eu, moradora de Porto Alegre e aspirante à artista, já me inscrevi para o vestibular de 2011. Não porque eu acho que sou obrigada a passar logo que sair do colégio, mas pura e simplesmente porque o curso que escolhi é algo do qual eu gosto muito. Se vou passar, já são outros quinhentos...
Quando perguntam que curso escolhi e respondo "Teatro!" com um sorriso de orelha a orelha, as pessoas arregalam os olhos e dizem "Mas, por quê? Como você pretende viver? o_o"
Escolhi porque gosto. Escolhi porque é isso que quero fazer da minha vida. Escolhi, acima de tudo, porque não pretendo ser uma pessoa frustrada com a sua própria vida, fazendo algo que não gosta e que dá muito dinheiro, uma pessoa que seguiu o 'plano de vida correto' e ficou presa em sua corretice e infelicidade, que por ter feito isso precisa acabar com a chance de outros que não querem seguir tal plano, porque no fundo sabe que se eles fizerem o que de fato querem, irão ser pessoas plenas de verdade. Vejam bem, para fazer teatro não é necessário cursar uma faculdade, aliás, A ARTE não exige a graduação daqueles que a praticam/criam, a faculdade servirá para ter maior instrução e conhecimento sobre ela, ajudará a aprender a viver disso. Abrirá possibilidades.
Estou nervosa com o vestibular? Óbvio. Não porque eu TENHO que passar, mas porque é um teste importante. Vai me testar e ninguém gosta de falhar quando é testado. E se eu falhar, paciência. O mundo não vai acabar por conta disso.
Portanto, vestibular só é problema para quem quer que seja, não deixem que outras pessoas tornem isso um problema para vocês.

(OBS: Queria entrar em outros assuntos que rodeiam o problema vestibular como as cotas, faculdade pública, tipo de prova, etc... Mas achei que ia ficar grande demais e que ninguém se daria ao trabalho de ler, então fica pruma próxima xD)


Mais um texto indignado pra coleção. u.u

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mr. Breeze \o/

E como tudo que é bom acaba, minhas férias acabaram. Agora é ver se encontro uma poção mágica ou uma receita para ritalina e começar a estudar pro vestibular. Argh.
A verdade é que eu devia ter começado hoje, na minha volta às aulas, porém acordei as 17h e a aula começava as 7h30... Hmm... É, não foi dess
a vez, de novo. O pior é que fui dormir umas 22h, ou seja: dormi umas 19h seguidas!! o__oMas, hibernações a parte, ontem a banda na qual faço backing vocal se apresentou numa exposição de carros antigos, aqui em porto alegre. O nome é Mr. Breeze e é a única banda gaúcha que faz tributo a Lynyrd Skynyrd. Foi bem legal, quem não foi deveria ter ido.
Aqui vai uma fotinho do pessoal.

Mr.Breeze, dia 1 de agosto, exposição de carros antigos. Foi supimpa.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ressurgindo das cinzas

Renascendo das cinzas, mais uma vez.
Tenho até vergonha de postar de novo depois da minha última promessa de tentar atualizar isso aqui com frequência...

Estou na minha segunda e última semana de férias. Fiquei triste quando percebi que minha folga está prestes a acabar e eu não aproveitei quase nada... Porém, esses últimos dias prometem ser bons, principalmente porque vou receber uma visitinha de um querido amigo (se ler isso, senhor amigo, saiba que é tarde demais para desistir, suas chances acabaram).
Ando muito feliz, literariamente falando. Consegui encontrar (e pagar!) o segundo volume da série Outlander- A Libélula no Âmbar, terminei de ler alguns livros muito bons que estavam na pilha interminável que habita a cabeceira da minha cama e, andando sem rumo pelas ruas bonitinhas de Porto Alegre, acabei por entrar num sebo MUITO legal com preços muito bons, o que é ótimo porque a única coisa que me impede de sair por ai comprando livros compulsivamente é o dinheiro... Tá, na real eu saio por ai comprando livros compulsivamente mesmo sem ter dinheiro algum, o que me faz arranjar dívidas em um monte lugares, fazendo as pobres tias dos sebos terem que me ligar para cobrar já que sempre esqueço de pagar, mas enfim.
Estava entediada esses dias e decidi folhear um livro do Poe, aquele que todo mundo tem, Histórias Extraordinárias (mas o meu é bem mais bonito que os da maioria por ser todo preto, com o título em dourado e ter capa dura. Mals ae), isso me fez lembrar o poema mais conhecido dele, The Raven - O Corvo. Toda vez que leio sinto um arrepio. Vou colocar aqui para aqueles que quiserem se arrepiar também, lerem.


O CORVO

(de Edgar Allen Poe/tradução: Fernando Pessoa)


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,

Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia

O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.

É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada

P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;

Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.

Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,

Libertar-se-á... nunca mais!

*~*~*~*~*

Sugiro que leiam o texto original também, em inglês.

Não escrevi muito dessa vez, mas ao menos tomei vergonha na cara. :D

terça-feira, 22 de junho de 2010

Redaçãozinha

Fazia um tempinho que não postava nada por aqui. Além de ter uma vida muito ocupada *cofcofmentiracofcof*, andei com um bloqueio criativo horrivel que me impedia de escrever qualquer coisa útil ou satisfatória de ler. O engraçado é que quando esses bloqueios temporários surgem a quantidade de bobagem produzida aumenta proporcionalmente. Curioso, não?

Ontem, no colégio, minha professora de português nos intimou a fazer a redação do vestibular do ano passado, que tinha como proposta a escolha de um filme ou personagem que considerávamos marcante e a explicação do porquê de termos feito tal escolha. Eu, pessoa apaixonada por cinema, tinha uma lista gigante de possiveis escolhas. Entre elas estavam: Finding Neverland(de cortar os pulsos), Donnie Darko(de ficar vendo coelhos demoníacos por aí durante um bom tempo), O Segredo de Brokeback Mountain(que sempre me deprime profundamente), Peixe Grande, Hair, O Estranho Mundo de Jack, Sleepy Hollow, Desejo e Reparação, Orgulho e Preconceito, Os Piratas do Caribe,... enfim, as opções eram muitas. No fim, acabei escolhendo 'O Fabuloso Destino de Amélie Poulain', que é uma das coisas mais inspiradoras e cuticuti que já vi.
Fiz toda essa introdução só para postar a dita redação aqui, que servirá de assunto já que minha vida não anda colaborando muito. Peço que levem em consideração o fato de eu ter tido pouco tempo para escrever e a minha incapacidade de terminar textos bem.

"Inspiração
Quando pede-se que escolhamos um personagem marcante para nós, ou seja, significativo, logo nos colocamos a pensar em inúmeras criaturas caricaturadas cheias de hipérboles e características únicas, alguém ou alguma coisa com aquilo que chamam de 'algo mais', acima de tudo aquele que se sobressai na trama por um motivo qualquer. Por vezes é o herói de coragem imensa, a donzela meiga com o coração mais gentil de todos ou o vilão cruel com uma maldade e sede de vingança inimagináveis.
No mundo em que vivemos estamos acostumados a observar obras finais. O artista constrói o que quer expressar, emoldura, lapida e expõe para quem quiser ver o resultado. Nós, expectadores, observamos e nos embasbacamos admirando o que foi construído e se o resultado final da arte(que é toda e qualquer forma de expressão) tiver sido satisfatório, nos emocionamos de alguma forma. E é baseando-se nessa emoção que a maioria das pessoas escolhe o personagem ou aquilo que considera marcante na obra. Considerar de importância somente isso é um erro. Um tremendo erro porque não existe algo mais importante que a inspiração, aquilo que nos leva a criar. Acredito que, entremente nossa emoção ao observar a arte, deveríamos considerar acima de todas as outras coisas a fonte de inspiração, o que originou toda a expressão e emocionamento, o que emocionou primeiramente o artista e levou, por fim, à construção da obra.
Baseando-me nessa idéia digo que um dos filmes mais geniais e que mais me marcou foi 'O Fabuloso Destino de Amélie Poulain', um filme que retrata da forma mais doce possível a estória de uma mulher que decide inspirar-se nas pequenas coisas da vida para viver e que a partir disso acaba levando inspiração para a vida de outros.
Amélie Poulain é, portanto, um personagem marcante. Não porque possui características grandiosas, e sim porque consegue fazer com que inspiremo-nos nela para criar algo."

Acho que é perceptível que o final foi meio que feito as pressas. Meu tempo estava acabando e tive que escrever uma conclusão rapidamente; fiquei o maior tempão enrolando na introdução, explicando um ponto de vista e esqueci de comentar o filme que havia escolhido.
Agora, lendo o texto com calma, percebo que podia ter escrito melhor... É uma pena. Principalmente porque vai valer nota.
Esse lance de inspiração sempre foi bem interessante pra mim. Acho que é uma das coisas que mais me interessam e por isso tento prestar atenção ao máximo. E, que legal, o nome do blog é 'Inspirando'... (duh)


Talvez seja uma boa idéia começar a postar algumas resenhas de filmes ou livros por aqui.
Foi um bom ressurgimento das sombras. Acho que o bloqueio esteja indo embora.
Infelizmente sou uma vestibulanda (que tenta estudar e fracassa miseravelmente) que em breve fará o ENEM e por isso preciso ir a luta pelo meu CPF que, tadan!, foi bloqueado.
Me despeço com a promessa de tentar postar com mais frequência (e a certeza de que não conseguirei). Até breve.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Seriadinho Medieval



Ando viciada em uma série.
Uma amiga muito querida que viajou recentemente para a alemanha (cofcof) comentou sobre essa série que dava lá e que parecia interessante. O nome do novo vício é "The Legend of The Seeker" e tem toda aquela coisa de época medieval: batalhas, espadas, reinos, etc.
Fui ver com ela o primeiro episódio que, após muito esforço e procura, ela finalmente havia conseguido baixar e achei a série o máximo! Sério, muito muito MUITO legal!

O começo é meio clichezin,
"Richard Cypher, um moço no auge da sua beleza e juventude, vive uma vida pacata em um vilarejo no meio da floresta até que um dia acaba salvando uma desconhecida que, quem diria, é estupidamente bonita e o encanta logo de cara, de um bando de soldados. A partir desse encontro inúmeras revelações serão feitas para ele, inclusive que é o escolhido para realizar uma profecia de mais de mil anos. Junto com Kahlan(a tal desconhecida) e Zedd(um mago mui bizarro), Richard parte em uma jornada nas misteriosas terras de Midlands para derrotar a tirania de um poderoso e impiedoso lorde, o Darken Rahl."
O protagonista é interpretado pelo Craig Horner, um delici...*caham*, óootimo ator australiano. Se a história não agradar vale a pena assistir por ele. (É o que eu faço com Vampire Diaries, a história é uma porcaria mas o irmão do mocinho faz valer todo aquele melodrama)
Os efeitos especiais são bem ruinzinhos e o diretor fez questão de retratar toda cena de ação em camera lenta, porém divertem bastante. Toda vez que eu termino um episódio fico com vontade de pegar uma espada e sair por ai viajando, descobrindo terras desconhecidas e lutando contra monstros- tudo em camera lenta!
A série é baseada num livro até que bem conhecido chamado "A Espada da Verdade"(Terry Goodkind). Pelas críticas, parece ser muito bom também. Vou dar uma investigada e ver se encontro em alguma livraria.
Queria discorrer mais e melhor sobre a série, mas um fator irmã do mal aqui ao meu lado me impede...

Para os interessados, aqui tem um site bom para baixar as duas temporadas -> http://www.degratisdownload.net/2010/03/download-legend-of-seeker-1-temporada.html

Para finalizar, uma fotinho do Craig Horner como Richard

Hmm... Essa foto não é muito boa, mas achei que colocar uma dele desnudo cortando lenha ficaria meio intimidande. Enfim.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre tortas frias mutantes

Ironicamente, ou até nem isso, tive que participar de outra festinha infantil esse fim de semana. Dessa vez, o horror bateu a porta de minha casa, e eu fui obrigada a aturar um domingo inteirinho de gritos, balões sendo estourados e choros. Tudo isso na minha casa. Repito: na minha casa.
O que acontece é que minha mãe e irmã serão madrinhas da próxima filhinha do meu Primo e por isso resolveram fazer um chá de fraldas lá em casa mesmo, como presentinho.
Eu já falei que não suporto crianças? Acho que sim.
E, como sempre, fui escalada para ajudar nos preparativos. Enxer trocentos balões rosa(que futuramente seriam estourados pelas crias do satã), arrumar forminhas de doce, enfileirar pratinhos, e por ai vai.
Porém, como minha tia deve ter notado a minha cara de desgosto profundo quase teve pena de minha pessoa e por isso me colocaram para fazer as tortas frias.
Não sei se já comentei sobre o desastre que sou na cozinha, mas enfim, digamos que existe uma regra muito clara lá em casa sobre eu me aproximar do fogão e panelas.
Não é que eu não goste de cozinhar e por isso faça tudo de má vontade, muito pelo contrário!
Sou apaixonada por cozinhar. Tentar cozinhar, quero dizer. O problema é que herdei uma certa tendência a catástrofes culinárias.
De minhas mãos já sairam muitos bolos mutantes, panelas carbonizadas e ovos cozidos explodidos. Sim, certa vez coloquei vários ovinhos de codorna numa panela com água, com a intenção de deixá-los cozidos e fui ver Cavaleiros do Zodíaco no Cartoon. Os esqueci lá e só lembrei quando ouvi o barulho de coisas explodindo. Entrei na cozinha e tinha ovo por toda parte. A água tinha acabado fazia muito tempo e eles começaram a explodir, sério, que absurdo...
Voltando ao tópico, minha tia me deu os ingredientes para montar as benditas tortas e as instruções. Me esforcei ao máximo pra tentar deixá-las bonitinhas e com uma aparência comestível, mas não obtive muito sucesso.
No fim, haviam torres cor-de-rosa tortas e medonhas, com tons de verde e laranja. (uns dos ingredientes eram beterrabas e cenouras. Só não entendi daonde veio o verde...)
Colocaram as tortas tortas (haha) na mesa e rezeram silenciosamente para que não houvesse nada radioativo nelas.
Bom, ninguém comeu. Mas isso não é nenhuma surpresa.
Aliás, acho até que vou guardá-las congeladas e me inscrever para a próxima Bienal, "Tortas frias - por Julia". Arte contemporânea, sacam?
Pior, só aqueles biscoitos de chocolate que ficaram cinzas, crus e com gosto de canela.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sobre o saudável que é detestar algumas coisas

Existem poucas coisas das quais realmente não gosto. Talvez seja até por isso que me incomodam tanto. Detesto acordar cedo. Por mim as manhãs seriam feitas para dormir. Acordar meio-dia pra almoçar? Nem, Almoço só depois das três da tarde. Acordar cedo pra correr? É, vai nessa. Pra adiantar as coisas? Desnecessário. Porque é saudável? Guarde a saúde pra você, meu bem. Também detesto que me apressem. "Vamos, vamos, bora, bora! Ainda não ficou pronta?! Vai rápido, tá demorando demais!" ARGH. Tentar me apressar de manhã então, é chamar o Apocalipse. Detesto que falem comigo quando estou lendo. Não é perceptível? Uma pessoa, sentada, com um livro ABERTO, concentrada... Supõe-se que ela esteja entretida, não? Então não tem motivo para conversar sobre a queda da bolsa de valores com ela, certo? Detesto encontrar pessoas meio-conhecidas-mas-quase-nem-tanto na rua. Nunca sei o que fazer. Detesto julgamentos. E acima de qualquer outra coisa, detesto, mas DETESTO MESMO, aquelas pessoas que fazem questão de sentar no corredor do ônibus, sendo que tem espaço na janela, e que quando você pede "Licença?", VIRAM AS PERNAS PARA O LADO!! AAAHH, carambolas, é tão complicado se levantar por um instante e deixar um pobre infeliz passar?! Não, elas precisam que o tal infeliz esfregue as nádegas na cara delas, pise no pé da unha encravada e caia por cima! E ainda depois xingam por ter feito isso!! Que ódiooooooo!! Ò_________Ó


*caham*
Voltando a questão principal, não tem problema detestar algumas coisas as vezes e reclamar delas, certo? Ninguém tem obrigação de gostar de nada, muito menos de aguentar de bico calado. É até mesmo saudável manifestar o desgosto por algo que não agrada. Por exemplo, você pode mandar o seu vizinho pastar quando ele está ensaiando dança flamenca as quatro da manhã. Agora, convenhamos, se lamentar de tudo também não eras digno. Digo, você até pode se lamentar da lasquinha de esmalte que saiu da sua unha, tudo bem, mas ninguém terá a obrigação de ouvir. Aliás, 'obrigação' é algo interessante porque não existe de fato... Enfim. Todas as pessoas têm seu momento TPM, e não vejo problema algum em invocar os cavaleiros do apocalipse eventualmente, até ajuda a descarregar aquelas pedrinhas que ficam no coração. Faz bem e ajuda a aguentar coisinhas ínfimas que podem cutucar a sola do pé da gente. E é até bem melhor se emputecer com algo do que ficar chorando pelos cantos. Portanto, se emputeça com o mundo de vez em quando para poder inspirar mais tarde.



E no fundo, acho que nem detesto tanto assim aquelas coisas, só me divirto detestando elas volta e meia.

sábado, 3 de abril de 2010

Sobre criancinhas e a vontade de matá-las

Eu simplesmente esqueço das coisas que prometo para eu mesma, é sério.
Havia prometido que "não deixaria de escrever no blog por muito tempo independente da falta de criatividade blablabla" mas enfim, tive uma epifania esses dias e cá estou, sábado a noite, em ERECHIM, no computador. (e olha que nem estou jogando, hein!)
Vim para cá, arrastada, com a promessa de que uma festa infantil não poderia ser tão ruim e com a certeza de que voltaria rolando para Porto.
Como todos sabem promessas otimistas baseadas nas possibilidades de festas infantis serem boas são realmente dificeis de serem verdade.
Acordei as 8h30 da manhã de um sábado de feriadão, para ir pro meio do mato encher balões cor-de-rosa, arrumar pratinhos cor-de-rosa, recortar desenhos cor-de-rosa e preparar uma mesa cor-de-rosa... Resumindo, foi uma overdose de rosa.
E meus amados pais, obrigada, me deixaram sozinha esperando os convidados que só para lembrar NÃO foram convidados por mim. Convidados babantes, gritantes e irritantes. Criancinhas.
Eu detesto criancinhas. Mesmo. Elas são um misto de tudo que mais me irrita. O pior de tudo é que não têm sensibilidade suficiente para perceberem o quanto não são queridas num ambiente.
Peguei meu livrinho do momento e me excluí embaixo de uma árvore, rosnando para qualquer ser vivo que se aproximasse de mim.
A parte engraçada (talvez nem tanto) da coisa é que o livro que estou lendo fala exatamente sobre a trajetória dificil que uma mãe tem em criar seu filho, um menininho que futuramente acabaria levando um rifle para o colégio e mataria, sem piedade nenhuma, 11 pessoas.
O nome do livro é "Precisamos Falar Sobre o Kevin". É baseado numa história real, com a mãe de um assassino juvenil contando toda a história de vida de seu filho problemático.
O tipo de leitura é meio denso e exige bastante concentração, mas é Ó-TI-MO para ser lido em festas infantis!
Meu estresse e minha já quase inexistente vontade de ter filhos diminuiu a medida que fui lendo. Recomendo.
Mas até que valeu a pena vir para cá. Minha vovózinha cozinha divinamente e me entupi de pudim de leite.
Amanhã voltaremos para Porto e a rotina *suspiro* voltará também. Entretanto, não precisarei mais ouvir esse sotaque carregado de 'E's. Ufa.
Ah, me inspirei como não inspirava a tempos, esses dias...
É só. Boa páscoa para todos!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pessoas bizarras acabam se encontrando

Segunda-feira recomeçaram minhas aulas e eu, sem vergonha nenhuma, admito que já não aguento mais as aulas de Química!\o/

Alguns dias atrás (acho que foi sábado) eu e uma amiga decidimos ir no Total pra tomar um café e ficar zanzando pelas lojas de lá.
Não costumamos ir muito no Total, veja bem, e acabamos nos perdendo naqueles corredores totalmente iguais por causa disso.(não que eu acredite que alguém consegue andar por lá sem se perder) Demos umas voltinhas básicas e acabamos entrando na Hering pra ela ver umas roupas.
Estávamos lá, vendo roupinhas, argh, da moda, quando de repente um dos atendentes olha para a bolsa que essa minha amiga está usando (uma do 'Estranho Mundo de Jack') e pergunta se ela gosta do Tim Burton.
Ao ouvir as duas palavras mágicas, minha atenção se voltou totalmente para o ser que atendia a loja; um moço com seus vinte e poucos anos, tatuagens, brincos e uma cara de gente louca.
O moço, que descobrimos se chamar Wagner, era super fã dos filmes do Burton e do Trio Calafrio (Johnny Depp, Tim Burton, Danny Elfman), tinha umas 30 miniaturas dos filmes dele, colecionava clássicos antigos, gostava de arte contemporânea alemã, encomendava bugigangas bizarras como os óculos do Willy Wonka pela internet e se ofereceu para mandar por e-mail um site sobre uma galeria em são paulo que tem mil e uma coisas sobre o diretor mais genial de todos! Trio Calafrio + Richard D. Zanuck. Dir. para a esquerda: Johnny, Richard, Burton e Elfman


O estranho é que existem poucas pessoas que realmente conhecem o trabalho do Tim Burton e são fãs de coração! Quais são as chances de encontrar alguém assim vendendo roupas numa loja normal?
A teoria é que gente bizarra se atrai. Talvez por uma força universal estranha.
No fim, ficamos conversando o maior tempão, no meio da loja, com os outros vendedores nos fuzilando com os olhos por causa da algazarra.
Foi tão legal.
O RPG me espera. Adios.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

CyberCafé /o/

Continuo sem internet.
Maaaas, por muita sorte, e pelo amor de nosso amado Siegfried, abriu um cyber café do 'lado' de casa!!
Agora todos os dias são dias para tomar café de máquina, que eu amo de paixão!
Nem parece que já faz um mês que estou de férias.
Tenho a impressão que o tempo anda rápido demais.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Crônica do Amor Seco

"Te prometo o amor seco e morno. Porque todo calor se dissipa e toda umidade evapora. Só alma permanece. A ti, meu amor, registro as promessas para a eternidade em que passaremos juntos.

Te prometo a traição diária, o flerte compulsivo, a obsessão no outro. Afirmo que o meu amor por ti é tão grande que não cabe em mim. E esse amor me comanda, me domina e me fascina. Ele me faz procurar cantos onde possa guardá-lo e toda alma de coração vazio é receptáculo para essa paixão. Paixão que traz alegria e prazer. E a alegria não se contenta em si só, quer se multiplicar para o outro, dar de si para todos que lhe rodeiam. E levar as pequenas alegrias aos que não têm amor é fazer aumentar a ambos numa torrente infinita de prazer, alegria e amor. A alegria de muitos é a prova do amor que trago para ti.

Te prometo a desculpa vazia, sem vontade, a sinceridade invertida. Pois a verdade acaba com o glamour, destrói o elán que mantém a paixão em ebulição. A verdade castra, castiga e maltrata o amante, o amado e o amor. Pois não foram as mentiras pequenas, sussurradas ao pé de ouvido que lhe trouxeram? Não fora o encanto do impossível, do amor eterno e sublime que te fez despir os seios? Não fora o desejo irreal do gozo perpétuo que te fez voltar à minha casa? Pois temos de manter esse encanto vivo e vívido. A manutenção desse encanto é prova do amor que trago para ti.

Te prometo a pouca atenção nas suas coisas, o desinteresse na tua vida, o muxoxo resignado. Dado que o mundano desencanta mais que a verdade. O cotidiano massacra e torna vulgar o que era belo e raro. Assim como uma foto desbotada de tanto se manipular ou um disco de vinil, arranhado de tanto chorar as canções para ouvidos moucos que se embolavam no sofá da sala e xingavam quando tinham de trocar do lado A para o B. O nosso amor deve ser motivo e razão, início e fim, dos nossos dias. O resto não deverá mais importar. A intensidade dessa paixão é a prova do amor que trago para ti.

Te prometo o eterno adiar das mudanças, dos consertos, de fazer dar certo. Mudar poderia arruinar o que foi conquistado. Pois o passado é perfeito e não permito nada menos que a perfeição para ti. É no mundo estático, finito e imutável que vivemos a nossa história particular e ali é que manteremos a chama que nunca se acabará – apesar do poeta – e que nos aquecerá para todo o sempre. O instante em que nos beijamos pela primeira vez, o primeiro gozo, a primeira refeição, o primeiro acordar, serão sempre os momentos que nos moverão de agora por diante. A manutenção da memória do que fomos e que sempre seremos é a prova de amor que trago para ti.

Te prometo a negação premente, posto que não fui eu, mas o meu desejo a me fazer errar. Negando, te dou a certeza. A certeza traz a segurança. A segurança a manutenção. A manutenção, o elan, o glamour, a paixão e a alergia. Então te negarei tudo: as verdades, as mudanças, as vidas de outrem, a minha dedicação, a atenção, o céu, o universo, a terra e negarei – por fim – até mesmo que te amo. Pois preciso de ti mais que a mim mesmo e te negando o tudo, nego a mim. Só tu me importa. E essa minha dedicação é a prova de amor que trago para ti.

Te prometo a tristeza perene, o desânimo diário, o desesperançar noturno. Pois cada um tem de ser a alegria, a razão suprema e sublime da existência, o motor de alma do outro e, dado o brilho de nossa convivência, o restante do mundo será opaco e sem viço. Então, ao nos separarmos, nada fará sentido, nada terá gosto ou causará espécie. Somos o sal, o vinagre, o azeite e pimenta da vida. E esse tempero é a prova de amor que trago para ti. Somente para ti.

Te prometo o amor seco e morno. Porque todo calor se dissipa e toda umidade evapora. Só a alma permanece."

Essa coisa de Ano Novo, Vida Nova






Não tem como não admitir que, ao menos uma vez na vida, na virada de ano, alguém não tenha prometido a si mesmo que "esse ano será diferente" ou "dessa vez vou fazer tal coisa" ou ainda "não cometerei os mesmos erros".


O interessante é que a virada de ano não é nada mais, nada menos que um dia qualquer, que será seguido por outro dia qualquer, numa sequência de semanas qualquer...


Enfim, é tudo simbólico.


Acho que qualquer dia é um bom dia para novas aspirações e expectativas. O que faz a diferença é o quanto se deseja!
E é claro, não tem problema nenhum não planejar porcaria nenhuma e se deixar levar pela vida!
É até mais divertido!
Passei um ano-novo muito demais, vendo um grupo de amigos muito engraçado.

Apesar de tudo, esse ano promete ser bom.

Acho que o Grande Rei do Terror anda de extremo bom humor.

E vejam só, isso aqui virou um blog de auto-ajuda.


Cruzes.


Feliz 2010, cambada! ^-^